Quando uma criança é agitada isso se torna uma preocupação comum, especialmente diante das expectativas dos pais e cuidadores e comparações com outras crianças.
Criar uma criança envolve acompanhar de perto seus comportamentos, conquistas e dificuldades e, nesse processo, surgem muitas dúvidas.
Será que essa energia toda é normal? Existe algo por trás dessa agitação? Devo me preocupar?
É importante saber que, sim, faz parte do desenvolvimento infantil ser agitado, curioso e ter uma enorme vontade de explorar o mundo. A infância é marcada pelo movimento, como brincar, correr, fazer perguntas, testar limites e expressar emoções de forma intensa.
No entanto, há momentos em que esse comportamento, quando estão excessivos, podem ser uma forma da criança expressar que algo não vai muito bem e precisa de um olhar mais atento e cuidadoso.
Nem toda agitação é um problema: compreendendo o comportamento infantil
É fundamental lembrar que cada criança é única e possui seu próprio ritmo de desenvolvimento.
Algumas são mais tranquilas ou introspectivas, enquanto outras são mais agitadas e expansivas. E tudo isso pode ser absolutamente saudável.
As crianças são naturalmente ativas, elas aprendem com o corpo, com o movimento, com a experimentação. É por meio do brincar, do correr, do falar que elas constroem significados e se relacionam com o mundo.
Por isso, um certo grau de agitação não deve ser encarado como sinal de problema.
O desafio está em compreender o que essa agitação quer dizer, o quanto ela impacta a vida da criança e como ela se manifesta nos diferentes contextos.
Quando a agitação começa a preocupar?
Observar com atenção os sinais que a criança manifesta no cotidiano é essencial para oferecer o suporte necessário ao seu desenvolvimento.
Muitas vezes, o comportamento é a forma como ela encontra para expressar sentimentos e conflitos que ainda não consegue entender e colocar em palavras.
Quando os adultos ao redor se colocam em posição de escuta e observação, tornam-se aliados importantes na construção de um ambiente mais acolhedor e seguro.
Essa atenção sensível permite não apenas identificar possíveis dificuldades precocemente, mas também fortalecer o vínculo e favorecer o crescimento emocional da criança.
Existem alguns sinais que podem indicar que a agitação está passando do esperado e afetando o bem-estar da criança, entre eles:
- Agitação constante: dificuldade em permanecer sentada, movimento contínuo de pernas e mãos, inquietação.
- Falta de foco: dificuldade em concluir tarefas ou prestar atenção em atividades que exigem concentração.
- Impulsividade: falar fora de hora, interromper conversas, agir sem pensar nas consequências.
- Dificuldades de aprendizado: especialmente quando ligadas à atenção e ao planejamento de tarefas.
- Problemas de sono: dificuldade para adormecer, sono leve ou interrupções frequentes durante a noite.
- Facilidade para se distrair: qualquer estímulo pode desviar a atenção da criança — barulhos, movimentos, objetos ao redor.
Essas situações, quando constantes e intensas, merecem sim atenção. No entanto, nem toda criança agitada é hiperativa e, mais do que rotular ou se apressar em diagnósticos, é preciso observar a criança com escuta sensível e cuidado.
Quando a escuta faz a diferença: o papel da psicanálise

A psicanálise parte da escuta e observação não apenas do que é dito, mas do que se expressa nas entrelinhas do discurso, nos atos, no corpo.
Quando se trata de uma criança agitada, o objetivo não é apenas “diminuir o comportamento”, mas compreender o que essa agitação está tentando dizer.
A criança pode simplesmente estar saudável e manifestando sua forma alegre de ser ou pode expressar conflitos internos, dificuldades emocionais, inseguranças, medos ou situações que ela ainda não consegue nomear.
Ao criar um espaço seguro para que ela possa brincar, falar e ser escutada, a psicanálise permite que essas questões encontrem uma forma de elaboração.
Além disso, o trabalho com os pais também é essencial. Muitas vezes, é no espaço terapêutico que os cuidadores encontram acolhimento para suas dúvidas e angústias, ganhando mais tranquilidade para lidar com os desafios do dia a dia.
Nos casos em que há um diagnóstico de hiperatividade, a escuta analítica pode ajudar a criança a resgatar sua potência criativa, reorganizar sua forma de se relacionar com o mundo e construir um lugar mais possível para si longe de rótulos e dentro de sua singularidade.
Temos um artigo em nosso site que aborda o tratamento da hiperatividade com mais detalhes, confira!
A psicóloga Juliana Koury pode ajudar!
Se você tem percebido que seu filho está mais agitado do que o habitual, ou se sente perdido sobre como lidar com determinadas situações, não precisa enfrentar isso sozinho.
A psicanálise pode ser um caminho potente para compreender o que está em jogo tanto para a criança quanto para a família.
No consultório, ofereço um espaço de escuta acolhedora, respeitosa e sem julgamentos. Cada família é única e é nessa singularidade que devemos atuar.
Quando escutamos com profundidade, a agitação pode deixar de ser um problema e passar a ser uma porta de entrada para algo mais verdadeiro e mais próximo do que aquela criança está vivendo e precisando naquele momento.
Se for necessário, também posso indicar outros profissionais para compor um cuidado mais amplo, respeitando sempre a complexidade de cada caso.
Então, vamos conversar! Agende uma consulta para que possamos aprofundar a análise e entender o que pode estar por trás da agitação de seu pequeno!