Perda gestacional: como viver o luto e acolher a dor com apoio psicológico

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Sumário

A perda gestacional é um dos eventos mais dolorosos que uma mulher e sua família podem enfrentar. 

Mais do que uma perda física, trata-se da quebra de um vínculo e de um projeto de vida que já estavam sendo construídos, muitas vezes desde antes da concepção. 

Apesar de ser uma experiência relativamente comum, ainda é pouco falada, cercada de silêncio, solidão e, por vezes, de incompreensão. 

Abordar o assunto é fundamental para validar a dor, combater o isolamento e oferecer caminhos para o cuidado emocional.

Neste texto, vamos conversar sobre como o luto gestacional se manifesta, quais sentimentos costumam surgir nesse processo e de que forma o apoio psicológico, especialmente por meio da psicanálise, pode ajudar a atravessar essa vivência de forma a simbolizar e dar lugar a esses afetos.

O luto após a perda gestacional

O luto gestacional é um processo profundo, que envolve aspectos físicos e emocionais.

Diferente de outros tipos de luto, essa perda acontece em um momento em que a vida estava sendo gerada e os planos para o futuro estavam sendo construídos. É a interrupção de uma expectativa que já carregava afeto, sonhos e projeções.

Fisicamente, o corpo ainda pode carregar sinais da gestação interrompida, o que intensifica a carga emocional e atualiza a dor a todo momento. 

Relacionalmente, a forma como o parceiro, familiares e amigos lidam com a situação pode influenciar a forma que cada uma vai atravessar esse luto. 

A ausência de rituais sociais bem definidos para essa perda, como ocorre em outros lutos, também pode aumentar a sensação de invisibilidade e solidão.

A experiência da perda gestacional pode despertar uma variedade de sentimentos intensos, entre eles:

Tristeza profunda e vazio emocional 

Uma sensação de ausência, como se algo tivesse sido arrancado de forma abrupta.

Culpa e autocrítica  

Muitas mulheres se perguntam se poderiam ter feito algo diferente para evitar a perda, mesmo quando não havia nada que pudesse ser feito.

Raiva e revolta 

Um sentimento de injustiça pela experiência vivida, direcionado a si mesma, ao corpo ou até a circunstâncias externas.

Ansiedade e medo de uma nova gestação 

Preocupação com a possibilidade de passar pela mesma situação novamente, dificultando o planejamento de uma futura gravidez.

É importante lembrar que todos esses sentimentos são reações humanas compreensíveis diante de uma perda tão significativa. Cada pessoa vive o luto de maneira única, com seu próprio tempo e intensidade.

Por isso, o papel da escuta empática, aquela que não julga, não apressa e não tenta apagar a dor, é essencial. Validar o sofrimento significa reconhecer que ele existe, é legítimo e precisa ser respeitado.

Quando buscar ajuda da psicóloga ao sofrer uma perda gestacional?

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O luto, por si só, é um processo natural. No entanto, a dor pode se tornar tão intensa que buscar ajuda profissional pode auxiliar nesse enfrentamento.

Isso pode ser percebido quando a tristeza é profunda e persiste por muitos meses, acompanhada de sentimentos constantes de desesperança. 

Outro sinal de alerta é o isolamento social prolongado, quando a pessoa evita o contato com amigos e familiares, ou a dificuldade para retomar atividades cotidianas, como trabalho, estudos ou lazer. 

Além disso, pensamentos de morte ou de autodesvalorização indicam que o sofrimento ultrapassou os limites do que é esperado nesse processo.

Nesses casos, o tratamento precoce é fundamental, pois pode prevenir complicações como a depressão e favorecer uma elaboração mais saudável da perda.

Muitas pessoas buscam atendimento mesmo quando há um processo de luto normal, a fim de encontrar um espaço em que possa falar livremente de suas dores sem julgamento e que auxilie no enfrentamento dessas dores num momento tão difícil e intenso.

O acompanhamento psicológico oferece um espaço seguro para falar sobre a perda, sem medo de julgamentos ou pressões. 

Esse caminho de escuta e elaboração possibilita reconstruir a relação consigo mesma, fortalecendo a autoestima e resgatando a confiança para seguir adiante, mesmo diante de uma dor tão intensa.

Medos e inseguranças em uma nova gestação

Após uma perda gestacional, é natural que a perspectiva de uma nova gravidez desperte medo e insegurança.

Muitas mulheres sentem receio de tentar novamente, temendo reviver a dor ou enfrentar novos desafios relacionados à gestação. 

Nesse contexto, o acompanhamento psicológico se torna fundamental, oferecendo um espaço seguro para expressar essas emoções e compreender os medos que surgem em relação ao corpo, à saúde e ao futuro. 

A terapia auxilia na elaboração dessas angústias, ajuda a fortalecer a resiliência emocional e a desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade. 

Trabalhar esses sentimentos antes e durante uma nova gestação permite que a experiência seja vivida com mais serenidade, confiança e autocuidado, tornando possível reconstruir a esperança e seguir adiante de forma mais acolhida e equilibrada.

Conte com o apoio da psicóloga Juliana Koury

Esse momento não precisa ser vivido em silêncio. Buscar ajuda é um passo essencial para reconstruir a esperança e encontrar novos caminhos para a vida.

Na minha prática como psicóloga psicanalista, compreendo que cada pessoa tem uma história única, com dores e angústias particulares. 

Busco sempre um olhar respeitoso, que valorize as individualidades e o tempo de cada paciente. 

Aqui, você encontrará um espaço de acolhimento, onde poderá falar sobre sua perda, elaborar seus sentimentos e, pouco a pouco, reconstruir sua relação consigo mesma e com o futuro.

Se você está vivendo essa dor, vamos conversar. O apoio psicológico pode ser um aliado importante no seu processo de cura!

Foto de Juliana Koury

Juliana Koury

Juliana Koury é psicóloga clínica, psicanalista e atende em seu consultório na Vila Mariana, em São Paulo, ou online.

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