A compulsão alimentar é um transtorno que pode ocorrer em qualquer fase da vida. Caracterizado por episódios recorrentes de ingestão descontrolada de grandes quantidades de alimentos, esse comportamento pode gerar sentimentos intensos de culpa, vergonha e arrependimento.
Aproximadamente 3,5% das mulheres e 2% dos homens têm transtorno da compulsão alimentar, dados que têm chamado a atenção de profissionais que trabalham com essa questão.
Este transtorno pode surgir em qualquer fase da vida, mas na adolescência, ela ganha características únicas. Esse período, repleto de mudanças e desafios, pode intensificar emoções que levam a uma relação difícil com a comida.
Caracterizada por episódios recorrentes de ingestão descontrolada de grandes quantidades de alimentos, a compulsão alimentar não se resume ao ato de comer em excesso. Ela reflete um sofrimento mais profundo, marcado por sentimentos intensos de culpa, vergonha e arrependimento.
Neste artigo, vamos explorar o que é a compulsão alimentar, seus sinais, causas na adolescência e como o tratamento pode oferecer um caminho para a recuperação, considerando também as emoções e os conflitos que muitas vezes estão por trás desse comportamento.
O que é a compulsão alimentar?
A compulsão alimentar é caracterizada por episódios recorrentes em que uma pessoa consome grandes quantidades de comida em um curto período de tempo, mesmo sem estar com fome.
Durante esses episódios, ocorre a sensação de perda de controle sobre a alimentação, e a ingestão contínua mesmo após sentir-se desconfortavelmente cheio.
Muitas vezes, a compulsão alimentar surge em momentos de angústia, solidão ou tristeza. O ato de comer funciona como uma tentativa de apaziguar essas emoções difíceis, mas esse alívio é temporário, logo substituído por um vazio ainda maior.
Muitas vezes, a compulsão alimentar está associada a questões emocionais, como ansiedade e depressão. Também, ter vivido um luto importante, traumas, bullying, ter baixa autoestima e praticar restrições alimentares são fatores que aumentam o risco de desenvolver este transtorno.
É importante diferenciar a compulsão alimentar de episódios ocasionais de exagero. Comer além do necessário de vez em quando é normal. O que caracteriza a compulsão alimentar é a recorrência desse padrão, acompanhado de sofrimento emocional significativo.
Como reconhecer os sinais da compulsão alimentar
Identificar a compulsão alimentar, especialmente em adolescentes, pode ser um desafio, já que nessa fase os hábitos alimentares podem ser muito variados. No entanto, alguns sinais servem como alerta:
- Comer grandes quantidades de comida rapidamente;
- Continuar comendo mesmo após estar satisfeito;
- Comer escondido por medo ou vergonha;
- Sentir culpa ou arrependimento após os episódios de compulsão.
Se esses comportamentos se repetem, é essencial buscar ajuda profissional. Quanto mais cedo o problema for identificado, maiores são as chances de recuperação.
Quais as causas dessa condição nos adolescentes?
A adolescência é uma fase de transição marcada por intensas mudanças físicas, emocionais e sociais. Essas transformações podem aumentar a vulnerabilidade a transtornos como a compulsão alimentar. Entre as principais causas, podemos destacar:
Fatores emocionais
Adolescentes lidam com estresse, ansiedade, baixa autoestima e dificuldades nas relações. Muitas vezes, a comida torna-se uma válvula de escape para lidar com esses sentimentos.
Pressão social
Com as redes sociais promovendo padrões irreais de aparência, muitos jovens sentem-se pressionados a atender a expectativas inalcançáveis. Essa busca pelo “corpo perfeito” pode criar uma relação conflituosa com a comida.
Histórico familiar
A predisposição genética ou histórico familiar também pode influenciar o desenvolvimento da compulsão alimentar.
Eventos traumáticos
Situações dolorosas de bullying, luto ou traumas podem desencadear episódios de compulsão alimentar como forma de lidar com o sofrimento.
Compreender essas causas é fundamental para abordar a condição de forma eficaz e acolhedora.
Tratamento da compulsão alimentar na adolescência
O tratamento da compulsão alimentar deve ir além dos sintomas visíveis. Ele precisa abordar as questões emocionais subjacentes que levam o adolescente a recorrer à comida como forma de lidar com suas angústias. Além disso, o tratamento da compulsão alimentar deve envolver uma abordagem multidisciplinar.
A psicoterapia é fundamental para convidar os adolescentes a se expressarem suas angústias. Através do trabalho terapêutico o adolescente pode colocar em palavras e elaborar questões difíceis que o afetam e que estão sendo depositadas no ato do comer compulsivo.
É um lugar seguro onde ele pode:
- Elaborar perdas, traumas e sentimentos de solidão;
- Entender o que está por trás do comportamento compulsivo;
- Reconstruir sua relação com a comida e com sua própria imagem.
Assim, juntos podemos desenvolver estratégias saudáveis para lidar com o estresse, ansiedade e outras emoções que podem desencadear episódios de compulsão.
Envolvimento da Família
A família desempenha um papel crucial no processo terapêutico. Compreender a compulsão alimentar e oferecer suporte ao adolescente cria um ambiente acolhedor, que favorece sua recuperação.
Abordagem Multidisciplinar
Além da psicoterapia, o acompanhamento de nutricionistas e médicos pode ser necessário para tratar os aspectos físicos e nutricionais da compulsão alimentar.
Cada adolescente é único, e o tratamento deve ser personalizado para atender às suas necessidades específicas.
Como a psicóloga Juliana Koury poderá ajudar?
Se você percebe que seu filho, um amigo ou mesmo você está enfrentando algo parecido com a compulsão alimentar, saiba que existe ajuda. A recuperação é possível, mas exige um olhar sensível e acolhedor para entender o que o corpo e o comportamento estão tentando dizer.
Como psicóloga com formação em psicanálise, trabalho para criar um espaço onde o adolescente se sinta ouvido e compreendido. O foco não é apenas interromper os episódios de compulsão, mas ajudar o jovem a ressignificar sua relação com a comida, o corpo e, principalmente, consigo mesmo.
Se você está pronto para dar esse passo em direção ao cuidado, agende uma consulta. Vamos juntos construir um caminho de autoconhecimento e bem-estar.
