Os transtornos alimentares afetam não apenas o corpo, mas também as emoções, os pensamentos e a forma como a pessoa se enxerga.
Mais do que uma questão de escolhas alimentares ou “fases passageiras”, esses transtornos refletem um sofrimento profundo que muitas vezes escapa à compreensão imediata, tanto da pessoa que sofre quanto de quem a cerca.
A relação com o corpo, com a comida e com a própria imagem vai muito além do que vemos à primeira vista.
Na verdade, esses aspectos podem revelar como o sujeito tenta lidar com questões internas: sentimentos de inadequação, dificuldades nas relações ou até o peso de expectativas vindas do outro.
Por isso, compreender os transtornos alimentares exige um olhar sensível e acolhedor, capaz de ir além dos sintomas aparentes.
O que é um transtorno alimentar?
Todos nós, em algum momento da vida, já nos olhamos no espelho tentando encontrar quem somos – ou quem gostaríamos de ser.
Para algumas pessoas, essa imagem refletida nunca parece corresponder à realidade, o que pode gerar um sentimento de desconforto e inadequação que vai muito além do físico.
Nos transtornos alimentares, essa relação com o corpo se torna especialmente delicada. Não se trata de simples escolhas sobre o que comer, mas de doenças que envolvem uma disfunção na relação da pessoa com a comida e o corpo.
O desejo de moldar o corpo ou controlá-lo pode ser uma forma de lidar com a sensação de não estar à altura do que se espera – seja algo vindo de si mesmo ou da sociedade.
Aqui, o corpo acaba se tornando um meio de expressão de angústias que não encontram palavras.
Esses distúrbios podem levar à desnutrição, complicações físicas severas e sérios problemas emocionais com consequências a longo prazo.
Vale destacar que os transtornos alimentares têm uma codificação própria na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), sendo reconhecidos formalmente como condições de saúde mental.
Quais são os principais transtornos alimentares?
Existem diversos tipos de transtornos alimentares, cada um com características e impactos específicos. Os mais comuns são:
Anorexia nervosa
A anorexia é caracterizada pelo medo intenso de ganhar peso e pela distorção da imagem corporal.
A pessoa se enxerga acima do peso mesmo estando extremamente magra, o que a leva a uma restrição alimentar severa e, muitas vezes, à desnutrição.
Outra possibilidade é o paciente ter episódios de compulsão alimentar seguidos de indução de vômitos e/ou uso de laxantes ou diuréticos.
As consequências para a saúde podem ser devastadoras, com complicações como anemia, perda óssea e até insuficiência cardíaca.
Bulimia nervosa
Na bulimia, a pessoa alterna episódios de compulsão alimentar — onde consome grandes quantidades de comida em um curto período — com comportamentos compensatórios, como induzir o vômito, usar laxantes ou praticar exercícios de forma exagerada.
Esse ciclo de compulsão e purgação pode causar problemas gastrointestinais, desidratação e desgaste emocional, além de danos graves à saúde física.
Transtorno de compulsão alimentar
Diferente da bulimia, no transtorno de compulsão alimentar, a pessoa consome grandes quantidades de alimentos sem a presença dos comportamentos compensatórios.
Isso leva, muitas vezes, ao ganho de peso excessivo e à obesidade.
A compulsão alimentar está diretamente ligada a fatores emocionais, como ansiedade e depressão, e pode trazer uma série de complicações à saúde, incluindo diabetes e hipertensão.
Relação dos transtornos alimentares com o transtorno dismórfico corporal
Muitos indivíduos que sofrem de transtornos alimentares também apresentam transtorno dismórfico corporal (TDC).
Essa condição faz com que a pessoa tenha uma visão distorcida e obsessiva de imperfeições no próprio corpo, mesmo que essas falhas sejam mínimas ou inexistentes.
Essa insatisfação e visão distorcida da aparência física pode alimentar ainda mais os comportamentos prejudiciais relacionados à alimentação, agravando o quadro do transtorno alimentar.
A presença da distorção de imagem intensifica a necessidade de tratamento especializado, uma vez que ambas as questões estão profundamente interligadas e podem amplificar os riscos à saúde mental e física do paciente.
Um convite ao cuidado
Reconhecer que há algo errado é o primeiro passo para buscar ajuda, mas não é fácil. Para quem está passando por isso, pode parecer que os outros não compreendem a complexidade da situação. Por outro lado, para familiares e amigos, é difícil saber como ajudar sem invadir ou causar desconforto.
Por isso, o caminho do cuidado precisa ser construído com calma, paciência e, acima de tudo, acolhimento. A terapia, especialmente a de orientação psicanalítica, oferece um espaço único para que a pessoa possa se escutar, entender o que está por trás de suas dificuldades e ressignificar sua relação com o corpo, a comida e consigo mesma.
A importância do olhar psicanalítico
Na psicanálise, buscamos ouvir o sujeito para além dos sintomas. A pergunta não é “Por que você faz isso?” mas “O que esse comportamento está tentando expressar?”. A relação com a comida pode ser uma forma de lidar com o que não se pode dizer, uma tentativa de dar forma a um sofrimento que não encontra outro meio de expressão.
Por meio da escuta e da fala, é possível criar um espaço onde essas questões possam emergir, sem pressa e sem julgamentos. Trata-se de um processo que envolve não apenas entender os sintomas, mas também reconstruir a relação da pessoa consigo mesma, com sua história e com os outros.
Você não precisa enfrentar isso sozinho
Se você ou alguém próximo está lidando com um transtorno alimentar, saiba que é possível buscar ajuda e encontrar um caminho para o cuidado e a recuperação. Esse processo exige coragem, mas também pode ser libertador.
Aqui, no consultório, ofereço um espaço acolhedor, onde é possível falar sobre as dificuldades e encontrar um novo sentido para o que parece sem solução. Juntos, podemos explorar as raízes desse sofrimento e construir um caminho de transformação que vai muito além da relação com a comida.
Se sentir que está na hora de cuidar de você ou ajudar alguém a dar esse passo, agende uma consulta. Vamos enfrentar essa questão juntos, com acolhimento, escuta e sensibilidade.
A psicóloga Juliana Koury pode te ajudar!
Possuo ampla formação e experiência em psicanálise e saúde mental, oferecendo um tratamento personalizado e sensível às necessidades de cada paciente com transtorno alimentar.
No meu consultório, trabalho para criar um ambiente acolhedor e seguro, onde o paciente se sinta à vontade para expressar suas emoções e desafios sem julgamentos.
Em minha abordagem, foco não apenas no comportamento alimentar, mas também nas questões emocionais que contribuem para o desenvolvimento e manutenção do transtorno.
Trabalho para ajudar o paciente a ressignificar sua relação com o corpo, com a comida e, principalmente, consigo mesmo e com sua história.
Então, caso você esteja sofrendo com essa questão ou queira ajudar alguém, agende uma consulta!
Juntos, vamos trabalhar essa questão para recuperar sua saúde e bem-estar!